Friday, March 22, 2013

Hoje resolvi abordar dois assuntos que me chamaram a atenção essa semana.


                   Um foi a entrevista do Editor chefe da revista Globo Rural na radio CBN ( veja link abaixo). Não acredito na falta de informação de duas pessoas que levam informação para todos sobre economia, política e outros assuntos pertinentes ao dia- dia das pessoas. Ser simplório e dizer que Arábica é um café bom e Conilon ou Robusta é um café ruim é muito pouco para o editor da maior revista de agronegócio do Brasil. Todos da cafeicultura se sensibilizam com a situação que os produtores de arábica estão passando, esse cenário não é bom para ninguém .Não é bom para os produtores de Arábica que tem o seu produto desvalorizado.Não é bom para os produtores de Conilon que acabam sofrendo com esse movimento de queda do Arábica.
É importante deixar de lado velhos pensamentos e olhar  para o futuro da cafeicultura de maneira geral.O café Arábica e o Conilon pertencem ao “cafés do Brasil”, logo temos que evoluir nessa discussão e entender que o consumidor quer produto de qualidade, caso  não entendermos  que o consumidor recebe informação de várias partes do mundo, daqui a pouco a briga não será de Arábica e Conilon do Brasil, mas sim contra cafés do Vietnã, dos países Andinos, da Ásia.
                    O outro tema é sobre cafés Orgânicos. Estou essa semana em Rondônia, trabalhando junto a um projeto de produção de cafés Orgânicos, em parceria com a COOCARAM, Fundação Banco do Brasil,  SEAGRI ( Secretaria de agricultura de Rondônia), BNDES e Sebrae. Os agricultores locais perceberam a necessidade de se juntar em associação para conseguir resultados melhores. Todos são produtores familiares, com produção entre 1 e 5 hectares e tem o objetivo claro: Melhorar a qualidade do café Conilon Orgânico que produzem e conquistar novos mercados.

Wednesday, March 20, 2013

Somos a bola da vez. O que fazer?

 

Ando lendo inúmeras notícias que o Conilon é um sucesso, que o Conilon definitivamente alcançou seu lugar ao sol, que o Conilon deixou de ser o patinho feio, que o conilon está presente nos blends de várias casas de cafés do mundo. Contudo, o que temos que fazer para definitivamente sermos aceitos nos mercados mais exigentes de cafés?

Disponibilidade de produto nos mercados consumidores é um gargalo a ser resolvido. A cafeicultura de Conilon tem capacidade de fornecer café tanto para o mercado nacional, que hoje absorve cerca de 90% do café produzido, quanto podemos fornecer ao mercado externo.Este mercado que vai demandar um produto de melhor qualidade, e o Vietnã não consegue disponibilizar esse produto de melhor qualidade.

Disponibilizar o Conilon , e não robusta como todos produzem , é uma maneira de posicionar o café do Brasil de forma diferente. Para disponibilizar esse café , temos que ajustar a logística existente no Brasil. O porto do Espírito Santo, porta de saída para grande parte do Conilon produzido está perdendo competitividade, com isso, o café do Espírito Santo fica mais caro , deixando de ser um bom negócio para o setor exportador.

Ainda, a disponibilidade no mercado de cafés com diferenciais de sabores e aromas é de fundamental importância. Competir com café mal processado não é viável, pois o Vietnã terá uma vantagem comparativa em relação ao Brasil.

O café solúvel é de grande importância para internacionalizar a marca Conilon. A demanda por cafés solúveis de qualidade superior é perceptível, além de ser uma porta de entrada para novos consumidores ,porém essa industrial está sendo sobretaxada em alguns mercados.

Investir em qualidade, com desenvolvimento de novos mercados fará com que o café Conilon realmente entre em um ambiente pouco explorado pelos produtores de Conilon.Ações estratégicas voltadas para a cafeicultura devem ser feitas para que o produtor não precise pagar para trabalhar como está acontecendo agora com os produtores de Arábica.

Friday, March 15, 2013

A seca e o calor.

 

Na semana passada escrevi que estava chegando a hora da safra, porém em conversas nas zonas produtoras discute-se a falta de chuva que já perdura mais de trinta dias. Além da falta de chuva, as temperaturas estão muito elevadas. Isso tem queimado os frutos e literalmente estão cozinhando os grãos de café.

Dependendo da fase de maturação do fruto e da variedade, podem ter algumas consequências para o cafeeiro.

Comenta-se na região de Jaguaré , Vila Valério e Sooretama uma perda em torno de 20% sobre a safra, porém não há estimativas oficiais em relação a esses números, contudo já e perceptível uma perda em volume de café maduro no pé.

A qualidade do grão pode ser afetada devido ao excesso de calor e falta de água, uma vez que a má formação dos grãos influenciará no resultado na xícara.

Ao produtor, não basta apenas rezar para São Pedro mandar chuva, é necessário e pertinente ter um bom manejo da lavoura, com uma boa cobertura vegetal e uso correto da irrigação.

Para minimizar o impacto das adversidades climáticas no produto final, faz-se necessário uma colheita no momento em que os frutos estiverem no estádio correto de maturação e uma secagem correta, para que os grãos não percam mais atributos que lhe restaram.

Wednesday, March 13, 2013

Concurso das Montanhas do ES - Arábica

Hoje deixarei de falar do café Conilon e registrar o evento do Concurso de cafés das Montanhas do Espírito Santo. Parabéns a todos os envolvidos nesse concurso que mostrou para a qualidade dos cafés Arábicas do Espírito Santo. Tive a oportunidade de fazer parte do grupo de degustadores que participaram do evento e provar os cafés ( por isso não coloquei o artigo da semana passda). Parabéns aos vencedores e a todos os produtores que fizeram desse evento um sucesso.

Classificação
Nome – média final – município - prêmio
1º lugar – Joselino Meneguete - 93,20 – Brejetuba - R$ 10.000,00 e uma moto
2º lugar – Paulo Francisco Uhl - 91,50 – Marechal Floriano – R$ 10.000,00
3º lugar – Alcideo Busato - 91,12 – Marechal Floriano – R$ 7.000,00
4º lugar – Antonio Mario Krohling - 91,10 – Marechal Floriano – R$ 3.000,00
5º lugar – Genildo Benicá - 90,40 – Castelo – R$ 2.000,00
6º lugar – Cesar Abel Krohling - 89,85 – Marechal Floriano – R$ 1.000,00
7º lugar – Elio Uliana - 89,60 – Brejetuba – R$ 1.000,00
8º lugar – Manoel Protazio de Abreu - 89,23 – Dores do Rio Preto – R$
1.000,00
9º lugar – Josane Souza Lima Bissoli - 88,50 – Afonso Cláudio – R$ 1.000,00
10º lugar – Onofre Alves de Lacerda - 87,90 – Dores do Rio Preto – R$
1.000,00

Abaixo a lista de todos os 32 finalistas do Prêmio de Qualidade dos Cafés Arábica das Montanhas do Espírito Santo, que receberam a certificação socioambiental por um bom manejo em suas propriedades.

Adriano Orlando Wruck - Domingos Martins
Alcebia Despossimoser - Itarana
Alcideo Busato - Marechal Floriano
Antonio Mario Krohling - Marechal Floriano
Arnaldo Krause - Itarana
Cesar Abel Krohling - Marechal Floriano
David Simer de Vargas - Afonso Cláudio
Domingos Savio Lopes - Castelo
Edilécio Dalbo - Conceição do Castelo
Elio Uliana - Brejetuba
Elis Angela Fileti Brioschi - Venda Nova do Imigrante
Euzébio Bissoli - Venda Nova do Imigrante
Gabriel Francisco Krohling - Marechal Floriano
Gelson Bissoli - Afonso Cláudio
Genildo Benicá - Castelo
Geraldo Grinewald - Itarana
Ivan Caliman - Venda Nova do Imigrante
João Fortunato Destefani - Venda Nova do Imigrante
Josane Souza Lima Bissoli - Afonso Cláudio
José AntonioDebonaRomao - Castelo
José Leandro Romao - Castelo
Joselino Meneguete - Brejetuba
Manoel Protazio de Abreu - Dores do Rio Preto
Marcos Antonio Nali - Castelo
Maria Delpupo Bissoli - Afonso Cláudio
Onofre Alves de Lacerda - Dores do Rio Preto
Paulo Francisco Uhl - Marechal Floriano
Pedro Carnielli - Venda Nova do Imigrante
Pedro Ruchdeschel - Afonso Cláudio
Valdeir Dalcin Tomazini - Castelo
Valdeir Jose Pena Cezati - Castelo
Zenomar José Onofre Zambom - Afonso Cláudio


Wednesday, March 6, 2013

Está chegando a hora!

 

Depois de mais de trezentos dias de espera e muito trabalho, está chegando o momento mais esperado pelos cafeicultores: a colheita.

Faltando pouca mais de um mês para alguns produtores começarem , é momento de se preparar para ter bons resultados nesse período do ano. Não custa nada relembrar que algumas ações são de extrema importância para obter lucro com uma colheita bem feita.

Colher os frutos com a maturação em torno de 80% é de grande importância. Colher o fruto maduro, no momento em que o café está em seu ponto máximo de maturação faz com que a qualidade do produto seja melhor e os ganhos em peso no café aumentem. Lembrando que café com mais qualidade tem mais liquidez no mercado.

A secagem do café é um ponto crucial no período de Colheita. O grande gargalo da qualidade do café Conilon está em fazer uma secagem ruim. Quanto mais atenção o produtor der a esse processo, mais a qualidade do seu café irá aumentar. Lembre-se, secar café com sete ou horas é prejuízo para o bolso. Ganha-se em tempo, porém perde-se em qualidade e peso.

Armazenagem do café é outro ponto que deve ser abordado e planejado. Lembrando que café é um alimento, não se pode armazenar o café próximo a produtos químicos ou produtos que transmitam algum odor ao café. Caso não tem há um armazém seguro, filie-se a uma cooperativa.

Aproveite esse mês de março para fazer um planejamento de sua safra para que ocorra tudo dentro da normalidade. Lembre-se de ler os dez mandamentos do programa de qualidade do Governo do Estado e procure sempre a qualidade, esse caminho será a sobrevivência do produtor no mercado de café.


Friday, March 1, 2013

In16, Estados Unidos e Certificação

 
Hoje resolvi falar um pouquinho de alguns temas que estão na mídia essa semana. Segue os comentários abaixo.

IN 16: Será que foi bom para o consumidor?

A revogação da IN 16 gerou muitos comentários a favor da revogação e contra. Vejo que uma autorregulamentação do setor seja positiva desde que seja para aumentar a qualidade do café comercializado no Brasil. Não se pode abrir uma lacuna para que se volte a consumir pau, pedra, terra, palha e tudo mais que era colocado no café. Como se diz no interior, fazer um café “milhorado”.

Discussão nos Estado Unidos

Quando estamos discutindo sobre um padrão mínimo de qualidade, os Americanos, maiores consumidores de café, estão discutindo a adoção do café Conilon como sendo cafés especiais. Parte da Associação Americana de cafés especiais está inclinada em aceitar a introdução do Robusta/Conilon, porém ainda há muita resistência em aceitar o Robusta. Tem gerado bastante discussão em alguns periódicos especializados por lá.

Certificação de café

Recentemente, conversando com um gerente de uma cooperativa de café ele me indagou sobre o volume de café Conilon certificado no Espírito Santo, sinceramente, não saberia responder de bate pronto, sei que é pouco, porém a demanda por esse tipo de café é crescente.